Já adianto e peço sua mais generosa paciência... Ainda estou meio confusa, não sei exatamente o que postar, ainda tenho um medinho de me expor ao ridículo.
Bem, posso falar um pouquinho de como a moda entrou na minha vida? Well, como ninguém ainda se pronunciou, falarei e muito... Vejamos se isso quebra o gelo.
Tudo começou historinha-infantil-feelingz entre os retalhos da minha avó. Dona Margarida sempre fez de um tudo... Já vendeu vela em porta de cemitério (juro, #chorolitros sempre que me conta), já foi banqueteira (fez a mesa de doces e o bolo da neta do ditador ex-presidente Castelo Branco) e costureira, obviamente... É de uma época em que as mulheres (principalmente as de famílias humildes) tinham que se virar nos 30, fazer de um tudo... Ser prendada.
Sempre passei as férias vendo pela casa os bastidores, papéis-carbono e desenhos dela (os quais, aliás, ganhei e tenho até hoje). As peças de crochê e tricot sempre inacabadas, as agulhas de todas as cores e calibres, os metros e mais metros de fazenda (até o cheiro me fascinava) a máquina de costura a todo vapor, sempre fazendo o seu tec tec tec tec... Ah, minha infância!
Infelizmente, a aborrescência foi chegando e com ela as mudanças no corpo e gostos. O Indie Rock foi entrando na minha vida, junto com os All-Stars, o preto, munhequeiras, camisas de banda e de personagens (confesso que uso até hoje. Heresia, eu sei) embaixo de blazers. Uma farofa. Por incrível que pareça, não me envergonho disso. Acho que a adolescência (inclusive a "pré") foram os períodos em que eu mais testei e aprendi. A moda estava muito presente em minha vida. Devorava tudo o que podia a respeito, tentava captar tudo o que via nos video clipes de minhas bandas favoritas para que se refletisse no que vestia. Fuçava (ainda o faço, shhhh) o armário da minha mãe, aceitava (e pedia às vezes) de bom grado qualquer velharia peça vintage das minhas avós... Não tinha medo de experimentar.
Ah, mas o tempo passa não?! A vida deu uma de suas traiçoeiras voltas e me vi com problemas muito maiores do que o que iria vestir no dia seguinte para expressar da melhor maneira minha personalidadezzzzzzzz zzzzzzzzzzz . Tive que, como minha querida vozinha, me virar nos 30. Não tinha mais o luxo de passar horas e horas pesquisando, fuçando e respirando moda. Eu já estava crescidinha e, poxa, moda era perfumaria (ABSOORDOO), sobreviver era o mais importante.
Passei muito tempo rejeitando tudo relacionado ao assunto. Me fechei. Acho que, nessa época, a única arte que tinha espaço na minha vida era a música, ponto. Meio triste isso...
Sei que esse período teria sido crucial para aprender mais e me aprofundar. Poderia ter um conhecimento em moda muito maior, eu sei... Estava muito mais amadurecida. Mas simplesmente não era o momento.
Éramos como melhores amigües amigas que, por um motivo de força maior
É, gente... Voltamos. A amizade está mais forte do que nunca. Ok, "amizade" é um termo pretensioso, visto que não há uma reciprocidade... Admiração talvez? Enfim,a Arquitetura, igualmente sedutora, tentou me desviar do meu caminho (por mais que não acredite nisso) e é claro que ainda sinto um apertinho no coração quando ouço falar da maravilhosa FAU USP, afinal, fiz um ano de cursinho para tentar passar na mardita. Por uma fatalidade aka meu pai ter se esquecido de pagar a taxa de inscrição da Fuvest, pagamento esse que ele fez questão em realizar para mostrar-se mais presente não rolou. O importante é que eu e a moda voltamos e agora é pra valer.
SE VOCÊ SOBREVIVEU ATÉ AQUI, obrigada e meus parabéns.
Obrigada por ter lido esse trechinho da história da minha vida, a gênese da minha trajetória na moda (exagerada, eu sei) e a minha primeira postagem.
Inesquecível.